quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

2011.

Ano-Novo chegando... Hora de fazer um balanço.

Interessante pensar como um dia só do ano faz com que você, ou sozinho, ou nas conversas com amigos, ou... enfim, faz com que você pare para refletir (nem que seja só por cinco minutinhos) sobre o que fez durante os outros 364 dias. As novas amizades, as velhas que se romperam, os amores, as conquistas profissionais, as derrotas, o que foi bom, o que poderia ter sido melhor, o que você fez que gostaria de não ter feito, o que não fez e quer fazer, as decisões e escolhas que ditaram rumos completamente diferentes dos que você havia traçado... Muitos são os pontos da reflexão.

E aí vêm as promessas pro ano seguinte: vou emagrecer/ vou malhar/ vou levar os estudos mais a sério/ vou levar os estudos menos a sério/ vou parar de beber (não é o meu caso, mas é o de muitos rss) ou de fumar (também não é o meu caso: não bebo e não fumo)/ vou me dedicar mais aos amigos/ vou me dedicar mais ao namorado/ vou arranjar um emprego/ vou me casar/ vou ter mais tempo pra mim/ vou ter mais tempo pra minha família/ vou ser menos egoísta/ vou ser mais egoísta... São muitas as promessas, são muitos os planos, são muitas as metas.

Eu prefiro fazer poucas promessas. O que vier é lucro. E o que não vier... Bom, eu não prometi mesmo...!!!

Minha única meta pro ano que vai começar: ser feliz, o máximo possível, todos os dias. A vida serve pra isso: pra uma pequena realização pessoal a cada dia. Vivo para os pequenos e simples prazeres diários; é só isso que espero do ano que se anuncia.

=)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Consciência.

Já está mais do que na hora das pessoas tomarem consciência de que o diferente é SÓ diferente, e que ninguém é melhor que ninguém.

Muita gente acha que fazer piadas desnecessárias e de mau gosto sobre as dificuldades mais sérias dos outros é ser engraçado, é ser legal, é agradar aos amigos fazendo graça. Sinto muito por ter de informar a todos, mas esse pensamento é muito equivocado. Para ser engraçado, basta falar de coisas que não ofendam os outros, que não ridicularizem as dificuldades dos outros, que possam ser engraçadas para todos os ouvintes, e não ofensivas para alguns e muito divertidas para outros.

Ser cidadão, e ser uma pessoa íntegra, inteligente, esperta, vencedora na vida, etc., não diz respeito apenas a votar bem nas eleições, ter um bom CR na faculdade, ou um maravilhoso emprego, mas respeitar os outros. Ridicularizar o outro não é exatamente o que eu chamaria de "a melhor maneira de mostrar esperteza", ou de mostrar as próprias qualidades. Pelo contrário, mostra só o quão covardes e ridículos NÓS mesmos podemos ser.

terça-feira, 2 de março de 2010

Armadura

Quando tento não esperar nada de alguém,
O meu invólucro protetor mais eficaz,
É pra que a decepção não me atinja.
E eis que, no momento em que preciso dele,
Se desmancha no ar e me deixa nua,
Desprotegida.

Sem a minha proteção própria,
Me jogando sem pensar,
Me encontro num abismo sem fim
De decepções, por vezes incuráveis,
Embora eu as possa superar.

Se um dia eu me apresentar
Com a armadura posta
E as armas nas mãos,
Essa sou eu...
Tentando escapar
Do mundo da desilusão.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A difícil arte de perdoar

Perdoar não é exatamente o que se pode classificar como "tarefa fácil". Eu sou um ser humano - e é chato isso, às vezes, não é?! - com muitos defeitos, e um deles é que muitos males que me foram feitos eu não consegui ainda perdoar. Não que aqueles que me fizeram mal sintam qualquer falta do meu perdão. Mas internamente, perdoar os outros é um passo importante para a minha própria paz. O gesto do perdão é sempre mais significativo para quem perdoa do que para quem é perdoado.

De vez em quando, me vêm à cabeça imagens de tempos ruins, ou que evocam estes tempos, e me fazem perceber que, por mais que eu tenha "passado por cima" do que aconteceu, não consegui me desvencilhar dos sentimentos que o passado ainda provoca. E isso quer dizer que eu não consegui perdoar. Isto, por sua vez, quer dizer que ainda não tenho o total equilíbrio das emoções humanas que - acredito eu - todos buscam (ou pelo menos a maioria). E isto, por sua vez, não me deixa 100% feliz como deveria ser.

É, ainda tenho um longo caminho de aprimoramento pessoal, para aprender não só a "passar por cima" de tudo que me fizeram, mas também a perdoar. E o próximo passo, e, talvez, mais importante ainda, será aprender a perdoar a mim mesma, e aos erros que eu cometi.

"O perdão é o melhor caminho"; mas ninguém disse que seria o mais fácil...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

(MARINA COLASSANTI)

Eu sei, mas não devia
(Marina Colassanti)


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"Encouragement"

"What men and women need is encouragement. (...) Instead of always harping on a man’s faults, tell him of his virtues. (...) People radiate what is in their minds and in their hearts."
(Eleanor H. Porter)

É muito simples falar dos defeitos dos outros. É muito simples "jogar na cara" de alguém os erros que ele cometeu. É simples, mas... não sendo uma crítica construtiva, o máximo que se pode conseguir é um inimigo, ou fazer alguém acreditar que é um zero à esquerda diante de pessoas "tão melhores que ele".

Acho que quando não se tem nada de positivo a dizer para alguém sobre ele mesmo... deve-se ficar calado. Quando a crítica que se tem na ponta da língua não ajudará a pessoa em questão a melhorar, é melhor não dizer nada.

No entanto, quando falamos das boas qualidades de alguém, ele fica tão radiante, tão feliz, sente-se tão motivado, que pode vir a se tornar uma pessoa melhor do que é. Um elogio vale muito mais do que uma crítica pela crítica.

E podemos até pensar que elogiar alguém pode deixá-lo até arrogante... Mas quando é bem colocado, no momento certo, o resultado geralmente não será esse. A pessoa se sente valorizada, sente que está sendo ouvida, que recebe atenção, que não é simplesmente mais uma na multidão. E isso é muito melhor, certamente, do que apontar seus defeitos, que todos nós temos inegavelmente, deixando-a desmotivada...

Ou, ao menos, esta é a minha opinião...
27/10/2008.

O cientificamente comprovado X Ceticismo radical e absoluto

Um dos maiores especialistas em envelhecimento do mundo afirmou - conforme foi mostrado no Globo Repórter desta sexta-feira 3 de abril - que a pessoa passa a depender dos outros quando deixa de acreditar na própria capacidade de realizar as atividades do cotidiano - quando diz "não posso", "não consigo", "já não tenho força", etc.

Isso é uma afirmação científica. Percebam: é um médico, um "homem da ciência", afirmando que de fato a forma como se pensa influencia - e mesmo controla - o corpo de uma pessoa e a capacidade física que ela terá. Nada mais desafiador para aqueles que, de maneira absolutamente cética, desconfiam do chamado "poder da mente" e dizem que ele é uma "balela" de livros de auto-ajuda.

Ora, vamos quebrar preconceitos e tabus aqui. Primeiro: pela língua portuguesa, podemos chegar à conclusão de que "livros de AUTO-AJUDA" servem para que a pessoa aprenda a ser independente na hora de lidar com sua própria vida. Isso não é ÓTIMO???

Segundo: há comprovações de ordem científica de que a forma como se afirma e se concebe as coisas na mente - ou seja, o pensamento - é, de fato, uma variável importantíssima na realização pessoal de cada um. Vale a pena, portanto, dar uma chance a si mesmo e rever os próprios pensamentos.

Terceiro: se você não está convencido disso tudo, vá procurar por si mesmo as respostas porque meu objetivo não é de modo algum convencê-lo do que quer que seja... Mas pense no que eu disse...
03/04/2009.